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Achtung Baby #7: 30 anos sem Kurt

sobre mitos e verdades
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Montage of Heck, documentário sobre Kurt Cobain

Há 30 anos, em 5/4/94, morria Kurt Cobain.

O suicídio, aos 27 anos, em sua casa em Seattle, o introduzia no Clube dos 27, sinistro termo que se refere aos artistas que morreram na mesma idade e acho que nem preciso mencioná-los aqui.

Pra muito além da trágica morte e sua mitologia, Kurt Cobain foi, na opinião desta que vos escreve, um dos mais originais nomes do rock. Foi também pioneiro ao falar de causas que podem parecer comuns hoje, em tempos de ativismo de redes sociais. “Sou definitivamente um feminista” costumava afirmar. “O problema com os grupos que trabalham as questões da violação é que tentam sempre educar as mulheres a defenderem-se. Mas o que é preciso fazer é ensinar os homens a não violar” afirmou em 1991 durante uma entrevista.

O Nirvana “lacrava” -quando esse verbo nem existia- ao imprimir no encarte de IN UTERO: “Se você é sexista, racista, homofóbico ou basicamente um babaca, não compre este CD”. Simples assim. Sem video no Instagram, um gottes willen, baby.

A morte de Cobain continua cercada de teorias.

Entre elas, uma das mais recorrentes, é a de que a fama o teria matado. Crítico feroz da indústria cultural, ele detestava a idéia de ver sua música- e até seu jeito despojado de vestir,jeans e tênis surrados, camisas de flanela - se transformar em produto de consumo de massa. Mas, como lemos em sua biografia, Mais pesada que o céu, Kurt Cobain sempre quis ser um rockstar. Courtney Love, mãe de Frances Bean, única filha do casal, já disse que “é um mito que Kurt não queria triunfar”. Ele teria batalhado muito pra encontrar a banda certa e adorado tirar o número um do Michael Jackson. Segundo o jornalista britânico Keith Cameron, que cobriu o lançamento de Nevermind, a DGC Records, gravadora do Nirvana esperava vender 6000 discos. Venderam 30 milhões.

“Mas Kurt nunca foi capaz de desfrutar o sucesso porque esse circo nos privou da nossa filha”

Nos 30 anos da morte de Kurt Cobain, a BBC lança o documentário Moments That Shook Music: Kurt Cobain“ e garante um relato visceral dos dias que cercaram aquele momento trágico”, antes de sua morte. Eu sempre me pergunto se faz algum sentido tanta curiosidade em relação à “investigação” de algo que já sabemos: Kurt Cobain teve problemas graves com o vicio em drogas pesadas e uma depressão que, provavelmente, começou na adolescência. Após algumas tentativas desesperadas, infelizmente, pôs fim à própria vida. È difícil entender que vítima e algoz habitem o mesmo corpo e a mesma alma, eu sei. Mas às vezes é triste assim, amizades.

“Se meus olhos mostrassem a minha alma, todos, ao me verem sorrir, chorariam comigo”.

Pra assistir nosso papo sobre Kurt Cobain com meus chapas Ricardo Schott, editor do Pop Fantasma, e o ator e diretor Ernane Alves, clique aqui:

What’s the reason of love if you can lose everything, amizades?

Love,

D.

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Achtung Baby: por Daniella Zupo
Achtung, Baby: por Daniella Zupo Podcast
olá, eu sou Dani Zupo, escritora, podcaster, jornalista "raiz" e essa é a minha newsletter dedicada a tudo que merece atenção, baby: de dicas de livros, discos, cultura pop e viagens a tudo que nos faz parar pra sentir e refletir. Embarque.